sexta-feira, abril 25, 2008

ALIENS


Olá. Meu nome é A., tenho 20 anos e curso Ciências Biológicas na Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia. Pensei em escrever algo sobre como os estudantes são apáticos em relação a situação da Universidade e quão absurdo foi o não comparecimento dos mesmos num ato há três dias atrás no meu campus.

Me ocorre agora que a maioria deles estão apressados e não darão importância ao que quero dizer. Uma parte é egoísta o suficiente para ler e se manter imutável, ou até, de justificar com o velho ‘isso não vai dar em nada’.

Em seguida eu acabo pensando sobre a pequena Jequié, onde a política ainda é movida a desvios monstros de verbas, compra de votos e campanhas movidas a não-merenda escolar. Nada foi feito por aqui e a população sustenta a unhas e dentes o velho argumento conformista.

Imagino que existam pouquíssimas pessoas burras neste mundo. A maioria ou é egoísta, ingênua ou é escrota mesmo. Não me preocupo mais em saber quando foi que a aceitação e o comodismo dogmático virou regra, mas eu sinto que isso é absurdo e eu devo desabafar aqui.

Nem a UESB, nem a Bahia, nem a América do Sul está em bom estado. E olhe que não somos africanos. Mas da mesma forma, andam montando no lombo da gente nos últimos séculos. Sacanearam seus avós, seus pais e você é o próximo. E você é o próximo a se ajoelhar e reverenciar?

Não é o julgamento das pessoas que está em questão aqui. Só que se você é mais um que vai pra casa e dorme achando que tudo está ótimo, me desculpe mas a culpa é sua. Entretanto, diferentemente do conformista, eu não vou cruzar os braços e dizer que nada vai mudar porque a maioria das pessoas ou acha que ta tudo bem, ou se contenta com o mais ou menos. Eu ainda acredito nas pessoas, algumas...

Apesar de ajudar, você não precisa saber de onde veio o sistema nem o que é o sistema. Não precisa entender as leis de mercado, o banco mundial, e a hegemonia dos EUA. Não interessa de onde eu vim, qual é o meu nome, que curso eu faço, onde eu moro e pra onde quero ir. O mundo está ficando cada dia pior e você vai ficar sentado esperando alguma bomba explodir tudo por aí?

Todos vamos morrer um dia, e realmente não sei qual é o sentido disso aqui. De porque me colocaram num mundo tão apático e vergonhoso. Não estou me vangloriando, longe disso, também estou carregando a culpa nas costas. Só que ir pra casa satisfeito, isso não dá.

Quem quer que seja você, seja qual for sua história de vida, com sofrimentos ou euforias demais. Cheia de dinheiro no bolso, bem casada, bem vestida, bem acompanhada, se diga a verdade, não minta para você e diga que você anda tentado melhorar alguma coisa nesse planeta. Não que você tenha que carregar todas as dores do mundo, mas se você sustenta o sistema e não tem consciência disso, meu deus!, comece a pensar nisso.

Se tudo sempre esteve ruim e o povo sempre existiu, por que diabos que o povo não mudou essa maluquice toda? Será que eles estavam estudando para serem mais um que montam no lombo dos outros? Ou será que sempre foram mais um preguiçoso que só reclamava e nada fazia?

Não falo de revolução alguma aqui, não estou bradando ‘Vamos para as ruas fazer alguma coisa’, é a imobilidade que me incomoda. A imobilidade dessas cabeças cheias de fórmulas, métodos, carros e roupas. Cabeças movias a cifras$ e músicas com duas frases. A cabeça dos alienados. E é isso que a maioria das pessoas são, Aliens. Porque se você não se preocupa com a saúde e bem estar do seu planeta e seus habitantes, me desculpa, mas você não deveria estar aqui.

Até a próxima.

terça-feira, abril 22, 2008

A vida que temos não vale ser cantada


Crítica
Colligere

Composição: Rodrigo Ponce

Onde buscarei paixão para conceber novas idéias?
De que inferno trarei palavras com algum calor?
Um mar de cinismo engoliu meu chão e encheu as ruas de
entulho.
Mas nossas fragéis construções caíram com o primeiro
vento.
Se esta música deve expressar uma vida diferente
É porque a vida que temos não vale ser cantada!
O que você procura aqui?
Somente na imagem, a felicidade. Só na palavra, a
verdade.
Se toda idéia responde a uma vontade de viver, por que
não viver?
Matar a fome. Destruir a idéia. matar a fome. Minha
promessa de felicidade.
O dinheiro não me livrou dos remédios. As idéias não
me dão certezas. Minha fé não me livrou do medo.
Onde buscarei paixão para conceber novas idéias? De
que inferno, trarei palavras com algum calor?