sábado, setembro 20, 2008

Entendendo-se o maior imbecil do mundo em duas horas



Você já imaginou que muitas coisas neste mundo são falsas? Você já imaginou que muitas coisas falsas são planejadas?
Observe. Há dois textos atrás eu criticava a bíblia, por inumeráveis absurdos. Hoje descobri que jesus cristo sequer existiu. Isso soa incisivo pra você? Bem, eu posso falar por mim, pois já estou na linhagem agnóstica há alguns anos. Mas, esperando que você ao menos veja o filme (zeitgeist), a história de jesus é exatamente a mesma história de outros deuses (coisa que eu já tinha ouvido falar antes mas não dei a atenção devida). A história é o horóscopo. O Deus que vem todas as manhãs. O sol. O sol e suas 12 casas. Os meses.
O detalhe maior é que Hórus nasceus 3 MIL ANOS ANTES de Jesus Cristo. Um plagio que só não foi apagado por causa dos hieroglifos egípcios e outras histórias idênticas.
Hórus nasceu dia 25 de dezembro, seguido por 3 reis, apontados por uma estrela brilhante. Foi crucificado. 3 dias depois ressucitou. Eu disse Hórus.
Se isso soar absurdo e conspiratório. Se prepare pra o pior. ISSO É SÓ A PONTA DE UM ICEBERG BRUTAL.
Eu seria incapaz de escrever um texto melhor do que esse filme que penosamente acabei de assistir. Você nunca vai ver ele na sua banca de dvd e jamais verá passar em televisão alguma. Daqui há alguns anos provavelmente haverá censura na internet (já existe em alguns paises) e você terá perdido a oportunidade de saber QUÃO LONGE DO COCÔ DO CAVALO DO BANDIDO você está. É LONGE PRA CARALHO, ACREDITE.

Depois dessa, vou descansar por alguns meses, eu acho. De forma alguma esse mundo pertence a maneira qual eu pretendo viver. Gosto de música, gosto de sossego, gosto de pessoas. No entanto, de uma forma incomparável, eu gosto de liberdade. E ser livre é algo que atualmente eu estou tentando alcançar.
No entanto, nada disso aqui é real. Absolutamente nada. O mundo é uma farsa.

O escrito abaixo é igualzinho a algo que pensei desde os 15 anos e não mudou muito. Caímos aqui para uma pequena viagem, e esquecemos um pouco da viagem, em detrimento de diversos e perversos costumes sociais.

"A vida é como uma viagem num carrossel. E quando lá vais pensa que é irreal por causa do poder das nossas mentes. A viagem sobe e desce anda às voltas, tem emoções fortes, brilhantes e coloridas. Há muito barulho e é divertido por um bocado. Alguns já andaram nessa viagem há algum tempo e começam a colocar questões: Será isto real? Ou é apenas uma viagem?
As outras pessoas lembram-se, viram-se pra nós e dizem: Ei, não se preocupem, não tenham medo. Isto é só uma voltinha.
E matamos essas pessoas.
- Calem-no! Eu investi imenso nesta viagem, calem-no!
Olhem para minha cara de chatedo. Olhem para minha conta bancária e a minha família, isto tem que ser real...
É só uma voltinha.
Mas matamos sempre aquelas boas pessoas que tentam nos dizer isso, já repararam?
E deixamo-nos entregar à bicharada...
Mas não importa, porque é só uma viagem e podemos altera-la sempre que quisermos.
É apenas uma escolha.
Nenhum esforço, nenhum trabalho, nenhum emprego, nenhuma poupança de dinheiro. Apenas uma escolha agora mesmo. Entre medo e amor.
Bill Hichs"

terça-feira, setembro 02, 2008

Humilhação


Terça-feira, dia de branco. Dia do cidadão trabalhar. Um trabalho ímpar, lecionar num cursinho do governo. Do governo? Sim, um cursinho público. Publico alvo? Pessoas que tiveram educação regular na escola pública.

Há alguns meses, esse esforçado trabalhador vem preparando suas aulas. Conciliando faculdade, namorada, animais de estimação e, logicamente, seu trabalho feliz em sala de aula.

A vontade de integrar uma escola, não exatamente um cursinho, veio da coerente idéia de que a educação é uma boa via reparadora, ou atenuante, da desigualdade social. Pensa ele também, que não é exatamente otimismo ou esperança do mundo que se instala nesta idéia, mas sim, satisfação de tentar fazer algo bom pelo mundo, ou o máximo que o mundo lhe dá oportunidade de fazer.

Trabalhar em cursinho é complicado, no sentido de mudar alguma realidade. Simplesmente faze-los passar no vestibular e inclui-los no cerne do sistema, onde as informações começam a fazer sentido, ou não, e a nata 'intelectual', habita (em tese), a universidade, para satisfazer as espectativas do governo e modificar estatísticas não dizem absolutamente nada.

Ou seja, nosso querido professor está numa situação complicada desde o início. Outro atenuante é o fato dos alunos serem majoritariamente de difícil relação. Alguns simplesmente sentam-se de costas pra ele, ficam em pé conversando, gritam, correm, deixam seus celulares gritarem a cada cinco minutos, quando não atendem o mesmo e só faltam mencionar que estão na aula do 'otário' do professor de língua estrangeira.

Mas tudo se acerta, o tempo passa e as pessoas começam a tomar conta do seu papel e das coisas que fazem. As salas começam a ficar mais vazias, e o silencio e a compreensão começa a surgir. De alguma forma, pensa ele, seu esforço para criar um ambiente pelo menos coerente começa a, sutilmente fazer efeito. O único problema insolucionavel é o grande barulho externo modulado por um forro inexistente. Um peido do lado de fora atrapalha, mas ainda assim se leva.

O tempo passa. Algumas semanas preparando um simulado, um final de semana inteiro corrigindo-o, e um stress começa a surgir. Alguma satisfação começa a aparecer também, pois apesar do baixo rendimento, muitas notas foram favoráveis às espectativas.

Terça feira, seu dia de cansaço, 4 aulas a noite, 2 turmas, barulho e sono juntos. Depois de uma batalha nórdica na primeira turma, segue ele, impávido, confiante no seu trabalho e na melhora que pode proporcionar àqueles desafortunados, num país onde a mobilidade social é complicadíssima pelas vias lícitas.

Ao entrar na sala, os alunos que não querem assistir vão saindo a prestação. Mesmo com o pedido dele para que saiam os que quiserem, para ajudarem os que querem permanecer, pouco a pouco, a cada 5 minutos alguém levanta e resolve sair. O professor apenas estava corrigindo o simulado com os alunos que o fizeram.

Uma gritaria infernal atrapalha-o a traduzir aquele primeiro texto. Ele, com alguma pressa foi ao lado de fora e se deparou com três pessoas deitadas do lado da porta:

- Os senhores poderiam fazer silencio, estão atrapalhando...

- Atrapalhando como? Estamos quietos.

- Se estivessem eu não estaria aqui...

Voltou, e continuou a ler. Minutos depois, uma música começa a tocar do lado de fora. O que era? Um celular moderno, daqueles que se pode baixar música, tem infravermelho e até espaço para muitas mp3 têm.

- Pelo amor de Deus hein? Vão lá pra frente. Saiam dai, tá impossível ler esse texto.

- O que professor, estamos aqui sentados só.

- Estão e o celular sou eu quem to ligando pra você pra que toque né? Por favor, saiam...

Eis que um homem (eram um homem e duas meninas) fala:

- Pra eu sair você vai ter que pedir com educação...

- Então senhor, por favor saia daqui porque você está atrapalhando consideravelmente.

- Quero saber se você é homem de me tirar daqui.

- Tio, me de seu nome aí então por favor. Vai me ameaçar agora é? Você está errado filho...

- Meu nome? Meu nome é VÁ TOMAR NO CU.

***

A noite corre. Em casa, uma dor de cabeça animal. Uma tristeza incomparável a qualquer outro dia lecionando. Esperança de um mundo melhor? Esperança de mudança vinda de mim? O exército de um homem só? Nada disso existe. Eu não faço o que faço pra provar nada pra ninguém, nem muito menos pra ser economicamente estável. Eu tento fazer o meu melhor, tento ser uma força contrária a esse lixo que se tornou a modernidade. Sou melhor que meu aluno? Logicamente que não.

Tomarei no cu sim, tomamos todos, a cada dia que passa. A cada dia que acordamos e seguimos o mesmo caminho de sempre, sendo mais um que nasce, mas um que se desenvolve numa sociedade com caminhos predefinidos, e morrem, em jazigos previamente comprados. Até nosso epitáfio é predefinido. No meu, podem escrever "Tomou no cu" ou "É tudo culpa do sistema". Pouco importa. Agora independente do escrito, eu posso te dizer, se eu for assassinado por algum aluno insatisfeito, que eu simplesmente não me arrependo de algum dia ter me motivado a mudar o mundo. De algum dia ter tido consciência de que humildade, felicidade e desapego são essenciais.

Ninguém carrega o mundo nas costas, da mesma forma que ninguém é melhor que o outro. É muito diferente viver o mundo, ou passar por ele. Dançar conforme a música. Se estiver de passagem apenas, abaixe a cabeça e encoste a bunda na parede. Até a próxima, se houver.

"Todos estes que estão aí
Atravancando o meu caminho
Eles passarão
E eu passarinho...."
Mario Quintana